terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Economia Criativa em números

 
Foi finalizada, recentemente, a pesquisa sobre Economia Criativa (EC) encomendada pela Secretaria de Governo da Prefeitura de São Paulo para a Fundação do Desenvolvimento Administrativo. Partindo da análise das diferentes metodologias já existentes para a mensuração do setor (Unesco, OIC, Reino Unido, IBGE e Firjan), a equipe que participou do projeto desenvolveu uma metodologia própria para mapear o setor não só na cidade de São Paulo, mas no Brasil.
Duas premissas básicas foram a base da primeira etapa do estudo: deveríamos aproveitar o esforço internacional já despendido no assunto, não "reinventando a roda", e construir indicadores adaptados aos dados e à realidade do Brasil, mas que "conversassem" com as estatísticas internacionais para que pudéssemos ter alguma comparabilidade.
Dadas as diferenças entre as estatísticas e conceitos internacionais e as limitações das estatísticas brasileiras, optamos sempre por ser mais conservadores e não inflacionar os dados para criar uma falsa ilusão da importância do setor. O esforço foi para mapear atividades culturais e criativas na sua essência, deixando de fora, por exemplo, as atividades de fabricação e comercialização a elas associadas. Com esse critério incluímos arquitetura e design, artes performáticas, artes plásticas e escrita, audiovisual, edição e impressão, ensino, informática, patrimônio, pesquisa e desenvolvimento e publicidade e propaganda.
Independentemente das possíveis críticas à metodologia desenvolvida, que serão muito bem-vindas, pois se trata só de um primeiro estudo sobre o tema, os resultados já são bastante interessantes e apontam para um cenário muito claro e contundente: o conjunto de setores que englobam o que chamamos de Economia Criativa tem peso significativo na economia do País, no Estado de São Paulo e da cidade, em especial. Obviamente, com a publicação do estudo e a ampliação do debate, conseguiremos melhorar as estatísticas do setor.
Segundo a metodologia desenvolvida no estudo para a Prefeitura, a participação do emprego formal criativo é de 1,87% do total do emprego formal no Brasil; de 2,21%, na Região Sudeste; de 2,46%, no Estado de São Paulo; e de 3,47%, no Município de São Paulo.
Comparada com outros setores considerados importantes empregadores, a Economia Criativa destaca-se não só pela capacidade de gerar empregos, mas pela qualidade e remuneração desses empregos. De 2006 a 2009, a taxa média anual de crescimento do emprego formal no setor chegou a 8,3% no Estado de São Paulo e a 9,1% no Município, enquanto no total da economia chegava a 5,5%, no Estado, e a 5,8%, na cidade. Mas, se aplicarmos as outras metodologias utilizadas internacionalmente, os números são ainda mais contundentes: pela metodologia usada no Reino Unido, a participação do emprego formal criativo é de 5,54% do total do emprego formal no Brasil; de 5,45%, no Sudeste; de 5,67%, no Estado paulista; e de 6,39%, na cidade de São Paulo. Como sabemos que há muita informalidade em alguns dos setores considerados, os dados, que já são impactantes, podem ser significativamente mais expressivos.
Não bastassem o número e a qualidade dos empregos criados, a importância dos setores que compõem a EC está na sua interação com o restante da economia e sua capacidade de alavancar a modernização e competitividade dos mais diferentes setores. O design, por exemplo, é o mínimo denominador comum de todos os setores: das sandálias de plástico ao carro, é ele que faz a diferença, agrega valor e gera competitividade.
A conclusão, já em prática em diferentes países, inclusive na China, é de que política industrial moderna se faz focando em criatividade e novas tecnologias. Ou seja, atrair montadoras (de carros ou de eletrônicos) pode gerar alguns empregos e dar uma pequena ajuda na balança comercial, mas não gera competitividade sistêmica. Já o apoio aos setores da Economia Criativa permite criar um "caldo de cultura" que transborda para os mais diferentes setores, direta ou indiretamente, gerando trabalhadores e consumidores mais sofisticados e com mais renda, empresas mais modernas e uma economia mais competitiva.
ECONOMISTA

Freud e o Carnaval

*Texto extraído do Livro de Moacyr Scliar -- A Face Oculta: Inusitadas e Reveladoras Histórias da Medicina.

Freud e o Carnaval 


Moacyr Scliar

 Segundo Freud, que não era construtor (mas que em algum momento deve ter pensado em fazer uma incorporação a preço de custo para escapar das agruras da psicanálise), a nossa mente é como uma casa em que vivem três habitantes. No térreo, mora um sujetio simples e meio atucanado, chamado Ego. Ele não é propriamente o dono da casa, mas cabe-lhe pagar a luz, a água, o IPTU, além de varrer o chão, lavar a roupa e cozinhar. Estas tarefas fazendo parte da vida cotidiana, Ego até não se queixaria. O pior é ter de conviver com os outros dois moradores.

 No andar superior, decorado em estilo austero, com estátuas de grandes vultos da humanidade e prateleiras cheias de livros sobre leis e moral, vive um irascível senhor, chamado Superego. Aposentado - aos pregadores de moral não resta muito a fazer em nosso mundo - Superego dedica todos os esforços a uma única causa: controlar o pobre Ego. Quando liga, se lembra de alguma piada boa e ri, ou quando o Ego se atreve a cantar um sambinha, Superego bate no chão com o cetro que carrega sempre, exigindo silêncio. Se Ego resolve trazer para casa uma namorada ou mesmo uns amigos, Superego, de sua janela, adverte: não quer festinhas no domicílio.

 No porão, sujíssimo, mora o terceiro habitante da casa, um troglodita conhecido como Id. Id não tem modos, não tem cultura e na verdade mal sabe falar. Em matéria de sexo, porém, tem um apetite invejável. Superego, que detesta estas coisas, exige que o Ego mantenha a incoveniente criatura sempre presa. E é o que acontece durante todo ano.

 No Carnaval, porém, Id se solta. Arromba a porta do porão, salta para fora e vai para a folia, arrastando consigo o perplexo Ego que, num primeiro momento, resiste, mas depois acaba aderindo. E aí são três dias de samba, bebida, mulheres.

 Quando volta para casa, na quarta-feira, a primeira pessoa que vê Ego é o Superego, olhando-o fixo da janela do andar superior. Ele não precisa dizer nada, Ego sabe que errou. Humilde, enfia-se em casa, abre a porta do porão, para que o saciado Id retorne a seu reduto, e aí começa a penitência, que durará exatamente um ano.

 De vez em quando, Ego tem um sonho. Ele sonha que os três fazem parte de um mesmo bloco carnavalesco, e que, juntos, se divertem a valer - o Superego é, inclusive, o folião mais animado. Mas, isto é, naturalmente, sonho. Parafraseando um provérbio judaico, Carnaval no sonho não é Carnaval, é sonho. Que se junta a todos os sonhos frustrados de nossa época. Graças a eles, muitas casas foram construídas. E muitos edifícios foram incorporados.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Profetas da Maldição



Hoje assisti um documentário interessante no History Channel intitulado Profetas da Maldição e achei extremamente pertinente e condizente com a temática do Economia do Caos. Essencialmente a discussão gira em torno da seguinte questão(s):


Quais as hipóteses que poderão criar o CAOS em nosso sistema e em nossa sociedade ?






Posto a seguir uma resenha de um livro do biólogo Jared Diamond onde existem boas resenhas aqui e pela web e aqui onde você pode comprar o livro aqui ou baixar via torrent (only in english) na faxola!  A versão em pt pode ser obtida aqui ou aqui!

Diamond, Jared. Colapso: Como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso "Analisa as causas da decadência de civilizações antigas, como danos ambientais, mudanças climáticas, crescimento populacional, parcerias comerciais instáveis, pressões de inimigos. Demonstra como estes problemas afetam as sociedades modernas e o que pode ser feito para evitar sua destruição: um bom relacionamento com o clima, meio ambiente, geografia, recursos e parceiros."


O Jared Diamond fez a sua palestra de 15 minutos pro TED (clique aqui para assistir online)


No site do History a chamada do documentário é o que segue:


A história nos ensina que a mudança é inevitável. 
Esta verdade foi ilustrada em todos os grandes impérios; não importa quanto foram poderosos, no final acabaram caindo. Existem entre nós aqueles que acreditam que o colapso já começou em nossos tempos, e ao contrário de Nostradamus e outros antigos profetas, eles não veem através de bolas de cristal ou estudam as estrelas. 
Suas visões fazem referência à instabilidade financeira do petróleo, ao esgotamento da água, à tecnologia hostil e à ameaça terrorista. Estes homens se reúnem hoje para expressar suas opiniões sobre os perigos que ameaçam o modo de vida americano e sobre como poderemos evitar este destino fatal.




...mas se vc não lê em inglês ou tem preguiça de ler o livro todo mesmo em português, disponibilizo os links para download direto do documentário do History completo via ftp...(vagalzão)


Idioma: Dublado PT-BR
Formato de áudio - mp3 128Kbps
Formato de vídeo - Avi Xvid
Resolução - 720x420 
Compatível com dvd player: Sim (o que é?)
Duração total: 1h e 25 min
Tamanho total: 914mb (4x200mb 1x123mb)
Download - Parte única
Parte 01 - Parte 02 - Parte 03 - Parte 04 - Parte 05

Ou

Parte 01Parte 02Parte 03Parte 04Parte 05

Formato .rar sem compressão - Não é necessário HJSplit, somente Winrar ou similar

Espelhos (Mirrors)

Megaupload (quebrado, fora do ar)

Fileserve

sábado, 4 de fevereiro de 2012

The future of teaching Difference engine: Let the games begin

Será mesmo que o uso dos Tablets e IPhod´s ("áifód´s") serão mesmo capazes de melhorar a aprendizegem da nova geração, ainda mais nas séries iniciais ??? Uma noticia q saiu na The Economist na seção de C&T deles, me chamou a atenção...


The future of teaching

Difference engine: Let the games begin

Jan 27th 2012, 7:17 by N.V. | LOS ANGELES


FULL marks to Apple for devising ways to improve how science, mathematics and other topics are taught in primary and secondary schools across America. The company’s “Reinventing Textbooks” event last week showed how effectively Apple’s popular iPad tablet computer can replace the stack of tedious, and invariably outdated, textbooks that school children have to lug around these days (see “A textbook manoeuvre”, January 19th 2012).

Apple is providing a free Macintosh application, dubbed iBooks Author, which allows publishers, teachers and writers to produce interactive textbooks with video, audio and even rotating 3D graphics that spring to life with the touch of a finger. By and large, interactive multimedia offer more engaging explanations that students more readily grasp and remember. To play such books on an iPad, a free application called iBooks 2 must first be downloaded from the company’s App Store. Interactive textbooks can then be purchased from iTunes, Apple's online store, for $15 apiece or less. That is a seventh of the price of the average textbook used in schools today.

No question that interactive textbooks deliver results. A pilot study carried out for Houghton Mifflin Harcourt, a textbook publisher based in Boston, compared the performance of two groups of children over the course of a year at the Amelia Earhart Middle School in Riverside, California. A control group used the traditional Holt McDougal Algebra 1 textbook, while an experimental group used iPads with an interactive version of the same coursework. At the end of the year, 78% of pupils using the interactive text scored “proficient” or “advanced” on the California algebra test, compared with only 59% scoring likewise with the standard textbook.

Done properly, interactive textbooks offer not only video tutorials, more personalised instruction, just-in-time hints and homework help, but also instant access to assessment tools, teaching resources and the ability to network socially with students elsewhere. Using tools for highlighting and annotating virtual flash-cards, students can select information within the text and store it for later revision. Searching public databases, direct from within the textbook, is also possible. At school, students can sync with their teachers’ computers, to hand in their quiz results and homework for marking.

Houghton’s pilot programme in Riverside was not the first attempt to use e-books in education. Indeed, digital textbooks have been around for more than a decade, but have made little impact on education so far. According to Forrester Research, a market-research company based in Cambridge, Massachusetts, e-books accounted for only 2.8% of America’s $8 billion textbook market in 2010.

The problem has been the lack of suitable devices for reading them. Laptops and PCs have been too cumbersome for the job. Dedicated e-readers have lacked the screen size, colour graphics and computing power to render the rich multimedia content. The latest tablet computers seem finally to fit the bill.
Except for one awkward thing: at around $500 apiece, tablets like the iPad 2 are still much too expensive for all but the wealthier school districts. Unlike computers, which are installed in classrooms and shared by pupils, the whole point of a tablet is that it is carried around by an individual and used anywhere, including the home. That means one tablet for each and every child. Even with bulk-buying discounts of up to 10%, cash-strapped school districts—which provide public education for nine out of ten of America’s 58m school children—cannot afford the upfront cost of tablet-based teaching.

Put it this way. On average, the textbooks used in American high schools cost a little over $100 each. Given normal wear and tear, they last for around five years, as they are passed onto subsequent students. Typically, pupils use five different textbooks in each grade. That means textbooks cost a school district around $100 a year for every student attending secondary school. The figure is only marginally less for pupils in primary schools.

With breakages, losses and theft, there is no way that a $500 iPad could survive for five years in a school environment without costly maintenance, repair and replacement. Add the cost of downloading five original $15 textbook titles from iTunes for each pupil in every grade, plus annual upgrades for every student. In other words, by going the virtual route, education authorities could find their textbook costs soaring out of sight.

Why not let children who can afford to buy their own iPads use them in class? Outside private schools, that is never going to happen. No superintendent of public schools could allow such a digital divide to emerge in the classroom. Ethics aside, lawsuits would fly (giving new meaning to the term “class action”) as a minority of students hogged the high scores and the scholarships.
The difficulty of dealing with such issues—not to mention the bureaucracy of the public school system—explains why Inkling, a San Francisco firm that has pioneered interactive 3D textbooks for the iPad, has steered clear of schools and focused instead on the needs of college students. Your correspondent saw everything, and more, that Apple demonstrated last week while interviewing Inkling’s founder, Matt MacInnis, a year ago. At the time, Inkling had produced over 60 multimedia textbooks for the academic world. Today, it lists 113 to Apple’s four. With the Inkling app installed on an iPad, chapters can be downloaded from iTunes for $1.99 a go.

Apple’s marketing muscle will surely stimulate demand for better interactive content, not only in primary and secondary schools, but for tertiary education as well. “That’s a rising tide that floats all boats,” notes Mr MacInnis. “The future of digital-learning content isn’t a book on a screen, but an engaging multimedia experience,” he says. In other words, the flat e-book is dead. Sorry, Amazon.

And yet, for all the interactivity with stunning graphics and engaging video, your correspondent cannot help thinking that something is missing here. Despite their compelling content, the interactive textbooks seen so far perpetuate the “linearity and conformity” of traditional learning, where everything is geared—from kindergarten to high-school—to preparing for college entrance; where mistakes are expunged at the cost of creativity.

This is what Sir Ken Robinson, a leading authority on education reform, calls the “industrial model” of education. As professor of education at Warwick University, Dr Robinson led a national commission on creativity, education and the economy for the British government, and has spent the past decade trying to prevent education authorities from stifling their students’ inner passions. In his view, creativity is as important in education as literacy—and should be given equal emphasis.

That would seem a reasonable start. So, if software is to be used as a teaching aid (called “blended learning” in pedagogical circles), then it should seek to balance the need for correct answers with the freedom to take risks and break rules. “If you’re not prepared to be wrong,” Dr Robinson preaches, “you’ll never come up with anything original.”

No question that industry is crying out for innovative young minds capable of taking intellectual chances. A common complaint is that science education, in American schools especially, is doled out in easily digested bites that condition students to get correct answers, but without any profound understanding of why. In a report published last year, the National Research Council in Washington, DC, identified a number of cross-cutting concepts (such as “cause and effect” and “stability and change”) that provide the weft and the warp of science. Mastering these thoroughly, the report argued, would provide a firm foundation for young thinkers to take the kind of chances needed to be truly innovative.

One promising approach along these lines has been adopted by the CK-12 Foundation, a non-profit organisation that seeks to reduce the cost of teaching materials by using open-source methods. Its FlexBook platform, predominantly for science and mathematics, allows high-school teachers to mix and modify content freely to meet individual needs, while still adhering to curriculum standards.

This year, the CK-12 Foundation is to start offering tools that will allow high-school students to teach themselves. To help them, the foundation has devised a “concept map” that contains the 5,000 or so concepts in science and mathematics that students need to master if they are to qualify for admission to Massachusetts Institute of Technology or Stanford University.

Meanwhile, the Khan Academy, with backing from the Bill and Melinda Gates Foundation and others, continues to develop its library of 2,700 free video lessons stored on YouTube that cover everything from arithmetic to finance, history and physics, along with several hundred practice exercises. The videos provide one-on-one tutoring via an online electronic blackboard that can be paused so students can learn at their own pace. In your correspondent’s opinion, the Khan Academy has the makings of what a free, world-class, virtual school should be. Try it.

In the end, the two technologies that could save science education from the kind of reforms the pedagogues have in mind are video games and social networking, especially mobile versions. These are technologies that the young understand and embrace. As such, they have greater potential for motivating students to achieve excellence than anything else currently on the horizon.

Vinod Khosla, a legendary Silicon Valley investor, says he is personally excited by the prospect of high-school education “moving from teachers talking uniformly to bored A students and clueless D students, 50 in a class, to individual ‘gamified’ and adaptively difficult systems that leverage our social inclinations.” In other words, when a student can win points, stars or badges by helping friends understand difficult concepts—and his or her own reputation gets an immediate boost on Facebook as a result—then high-school education will finally have entered the 21st century. Pray for the day.