...na incansável busca do modelo dono de sauna....
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Em defesa do Miojo
No cotidiano de um cara que vive sozinho e corre feito loco, estuda e trabalha q nem um féla (estuda nem tanto neh), incitaram-me a responder a respeito de um texto que agride a integridade nutricional no consumo do Miojo e da Coca-Cola Zero!....
Para situar o entendiado e o "sem ter mais o que fazer" leitor do Economia do Caos, postarei o texto e em seguida o manifesto em defesa deste salvador alimento...
"A paz está garantida quando não se está com fome." Momofuku Ando
Para os fãs de miojo:
INFORMATIVO
MIOJO É CAMPEÃO NA QUANTIDADE DE SAL
O macarrão instantâneo, o famoso miojo, é o alimento com maior quantidade de sódio encontrada dentre os produtos industrializados mais consumidos no Brasil. Em média, um pacotinho de 85 g, preparado com tempero, chega a ter 2.721 mg da substância, mais do que o recomendado para um dia inteiro ? o limite diário para o consumo de sódio é de 2.400 mg por pessoa, de acordo com o Ministério da Saúde.
Mineral presente no sal, o sódio em excesso é apontado pelos médicos como o principal vilão da pressão alta, doença que tem relação direta com problemas como o AVC (acidente vascular cerebral) e infartos. Nos alimentos industrializados, a substância é usada para aumentar o prazo de validade. A medição foi feita num estudo divulgado nesta quinta-feira (18) pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que comparou a quantidade de sódio, açúcares e gorduras saturada e trans em diversos alimentos de várias marcas.
O miojo foi o alimento com a maior quantidade, seguido pelas carnes de frango empanadas (759 mg numa porção de 130 g) e pelos hambúrgueres bovino e de ave (567 mg em 80g e 525 mg em 80g, respectivamente). A pesquisa mostrou ainda que o teor encontrado nos alimentos varia muito entre as marcas. No caso do miojo, foram analisados produtos de 12 fabricantes. A quantidade de sódio numa mesma porção, de 85 g, variou de 1.778 mg a 4.010 mg. Essa última marca, não revelada, coloca uma quantidade que representa 167% do que uma pessoa poderia consumir num dia.
A maior variação na quantidade de sódio foi encontrada na batata palha. Em 9 marcas analisadas, a diferença chegou a 14 vezes da menor (10 mg numa porção de 25g) à maior (139mg/25g). Em seguida vem o salgadinho de milho, com variação de 12,5 (29 mg a 176,5 mg, em uma porção de 25g).
Entre as bebidas, foi constatado que os refrigerantes de baixa caloria apresentam mais sódio que os comuns, que têm mais açúcar. Enquanto um refrigerante de cola "zero" tem 97 mg de sódio em 1 litro, o normal tem 54 mg. Segundo Maria Cecília Brito, diretora da Anvisa que apresentou o relatório, o objetivo da agência agora é reforçar a recomendação às indústrias pela diminuição das quantidades de sódio nos alimentos, já que muitas já conseguem obter teores menores com mais tecnologia.
Quanto menos tecnologia, mais concentração. As maiores empresas estão todas estudando. Agora, nós não podemos matar a indústria nacional. Mas a população pode fazer sua escolha. A divulgação do estudo pela Anvisa visa também conscientizar os consumidores sobre os excessos encontrados. A ideia é motivar as pessoas a consultarem os rótulos dos produtos, onde estão informadas as quantidades dos nutrientes. O estudo completo está disponível no site da agência.
Caso não queira mais receber o informativo mande um e-mail para ncfitnessacademia@gmail.com com o assunto cancelamento.
agora a minha resposta....
Bom pessoal, sairei em defesa não somente do Miojo, mas com alguns argumentos de inspiração econômico-financeira para sustentar meus argumentos.
Meu objetivo é tentar expor um pouco da outra perspectiva sobre o tema.
Primeiramente, devo salientar que achei muito interessante o texto informativo que nos alerta a respeito da quantidade excessiva de sódio e sal presente no temperinho do Miojo e também na Coca Zero. Já havia lido textos que discutiam de maneira semelhante o tema sendo que alguns inclusive recomendavam o consumo de chás diuréticos ou similares (como a carqueja) como prevenção para eliminação parcial do excesso de sódio no nosso organismo.
Agora vamos aos argumentos de cunho econômico-financeiros que sustentam a ingestão de alguns alimentos (que muitas e na maioria das vezes apresentem qualidade nutricional inferior).
Inicialmente pretendo situar os senhores na maior economia do mundo (como exemplo), ou seja, a maior demandante de produtos e serviços... os Estados Unidos da América (que por sinal, vai dar calote no resto do mundo, mas esse não é meu foco aqui).
Sabemos que a maior concentração populacional de obesos do mundo está lá localizada, sendo que uma boa parcela desses é da classe de renda inferior habitada no país.
Do mesmo modo não precisamos ser nenhum gênio da atualidade para entendermos também que a correria do mundo moderno impossibilitamos a relação da esposa (antiga dona de casa) como aquela que preparava o almoço (marmita) e o jantar pra família em horários tradicionais em função da rotina do maridão que chega e sai para o trabalho no dia-a-dia.
Com base nesses dois simples argumentos vamos tentar quantificar inicialmente a relação entre custo e benefício presente na ingestão de um copo de Coca Zero e num belo prato de Miojo através dos seguintes quesitos:
1.O tempo de preparo dos alimentos;
2.A sensação de saciedade e a qualidade calórica/nutricional fornecida por eles
3.O preço
Não vou buscar responder com números os três quesitos expostos acima pois pretendo deixar isso como uma tarefa de reflexão aos digníssimos leitores desta réplica. Todavia, na minha simples opinião creio que dependendo do alimento que comparemos, o Miojo e a Coca-Zero saiam perdendo no item 2, mas nos outros quesitos talvez não.
Não sou nutricionista, mas questiono a falta de pé no chão de alguns profissionais quando não consideram o poder aquisitivo de seus clientes (demandantes). Um exemplo simples dessa falta de bom senso são os alimentos orgânicos... Todos sabemos que eles são livres de agrotóxicos, que são mais saborosos, mais nutritivos, mais bonitinhos e etc., mas não paramos pra pensar qual a diferença presente nos preços de um alimento orgânico e no mesmo alimento quando industrializado e pergunto... Vocês conseguiriam distinguir as classes de renda dos consumidores dos dois alimentos ?
Hoje as empresas estão vendendo como marketing a idéia da “sustentabilidade sócio-ambiental”, mas quando paramos para avaliar a quantas anda o ritmo dessa real mudança, empacamos na busca de solução para a resposta exposta acima. Imaginem o que seria da Coca-Cola sem a sua matéria-prima principal, produzida nos Andes bolivianos e na selva colombiana ? Pense no efeito “sócio-ambiental” que isso gera...
Um outro ponto que pretendo instigar a reflexão consiste nas seguintes perguntas:
·Por acaso você abdicaria daquele desejado chocolatinho por conta das calorias presentes nele ?
·Você deixaria de comer numa churrascaria aquela suculenta picanha com a famosa capa de gordura e assada na brasa com uma boa dose de sal grosso ?
·Você acha que a tributação excessiva nos cigarros e bebidas alcoólicas realmente são capazes de inibir seu consumo ?
·Como parar de medicar pacientes em estado terminal com a morfina para amenizar sua dor, mesmo sabendo de seus inúmeros efeitos colaterais ?
·E sendo mais radical....por acaso você deixaria de tomar a sua cervejinha do final de semana em função das calorias inúteis e dos demais danos á saúde que qualquer bebida alcoólica lhe proporciona?
Nos parece que tudo que é proibido é mais gostoso e tende a aumentar a sensação de prazer proporcionada pela sua ingestão.
Não consigo precisar se a gordura, as calorias as bebidas alcoólicas e etc., causariam mais danos a saúde do que o excesso de sódio ou sal , mas sabemos que medidas preventivas/paliativas como a atividade física regular e o consumo não exagerado de certos alimentos podem minimizar seus efeitos nocivos à saúde.
Uns tempos atrás li em algum artigo que “o Brasil seria o celeiro do mundo”, fornecendo alimentos em matéria bruta pros demais países beneficiarem e industrializarem os alimentos do modo que quiserem para que revendessem ao mercado que bem entendessem. Vou colocar uma outra pergunta que confronta com a estatística que inicialmente expus sobre os norte-americanos...
Se o Brasil é um celeiro do mundo e tem 8,5% de nossa população em situação de extrema pobreza vivendo abaixo da linha da miséria (segundo o IBGE, são miseráveis as famílias com renda per capita (individual) de até R$ 70) e a linha da miséria nos EUA é muito próxima à Classe Média Baixa brasileira, por qual motivo nos alimentamos tão mal (e pouco) e os americanos são uns gordos estúpidos ?
Se a ANVISA for realmente uma instituição séria, ao invés de somente instruir a população a respeito das distorções encontradas, deverá intervir para que as empresas produtoras de tais alimentos adéqüem estes produtos para que somente as quantidades necessárias sejam introduzidas nestes alimentos e mais arriscaria citar que seria necessária uma política de intervenção governamental no sentindo de incentivar a criação de empresas ou a indústria de beneficiamento e produção de alimentos agrícolas aqui produzidos, dando uma maior atenção aos quesitos de qualidade e níveis tecnológicos embutidos nestes processos. E mais, se os nutricionistas que escrevem estes textos com a intenção de alertar a população, deveriam em alguma medida tentar direcionar da mesma maneira um plano de ação para que a população instruída pleiteie as mudanças e as correções nestes produtos.
Bom galera, aí está descrito em tortuosas linhas, o meu manifesto em defesa do Miojo, afinal na vida de um solteiro e fazendo uso das palavras de Paulo Tiefenthaler “só o miojo salva”, finalizo com mais um vídeo do youtube a respeito do mesmo, transmitindo a flexibilidade e maleabilidade presente nas n receitas de macarrão instantâneo, sem o uso do tempero (cheio de sódio):
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