quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Chico Science influenciado por Josué de Castro...conheça um pouco de suas contrubuições...


O genial Chico Science misturava elementos típicos da cultura nordestina, luta contra a pobreza e a fome (inspirado nos trabalhos de Josué de Castro) e princípios científicos rudimentares presentes nos estudos da complexidade, autoorganização ["eu me desorganizando posso me organizar"] e do caos..

...pule para os 22min e 20 segs do vídeo acima que retrata a beleza do caos...

 Chico Science


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Chico Science
Informação geral
Nome completo Francisco de Assis França
Nascimento 13 de março de 1966
Origem Olinda, Pernambuco
País Brasil
Data de morte 2 de fevereiro de 1997 (30 anos)
Gêneros Manguebeat, pós-punk, punk rock
Período em atividade Início da década de 19801997
Gravadora(s) Sony
Afiliações [Chico Science]
Nação Zumbi

Loustal

Orla Orbe
Página oficial Pelo JC
Francisco de Assis França, mais conhecido pela alcunha de Chico Science (Olinda, 13 de março de 1966Recife, 2 de fevereiro de 1997) foi um cantor e compositor olindense, um dos principais colaboradores do movimento manguebeat em meados da década de 1990. Líder da banda Chico Science & Nação Zumbi, deixou dois discos gravados: Da Lama ao Caos e Afrociberdelia, tendo sua carreira precocemente encerrada por um acidente de carro numa das vias que ligam Olinda e Recife. Seus dois álbuns foram incluídos na lista dos 100 melhores discos da música brasileira da revista Rolling Stone, elaborada a partir de uma votação com 60 jornalistas, produtores e estudiosos de música brasileira.[1]

Índice

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[editar] Carreira

Chico Science participava de grupos de dança e hip hop em Pernambuco no início dos anos 1980. No final da década integrou algumas bandas de música como Orla Orbe e Loustal, inspiradas na música soul, no funk e no hip hop. A fusão com os ritmos nordestinos, principalmente o maracatu, veio em 1991, quando Science entrou em contato com o bloco afro Lamento Negro, de Peixinhos, subúrbio de Olinda. Misturou o ritmo da percussão com o som de sua antiga banda e formou o Nação Zumbi. A partir daí o grupo começou a se apresentar no Recife e em Olinda e iniciou o "movimento" mangue beat, com direito a manifesto ("Caranguejos com Cérebro", de Fred 04, da Mundo Livre S/A). Em 1993 uma rápida turnê por São Paulo e Belo Horizonte chamou a atenção da mídia.[2] O primeiro disco, "Da Lama ao Caos", projetou a banda nacionalmente. O segundo, "Afrociberdelia", mais pop e eletrônico, confirmou a tendência inovadora de Chico Science e Nação Zumbi, que excursionaram pela Europa e Estados Unidos, onde fizeram sucesso de público e crítica.[3] O Nação Zumbi lançou um CD duplo em 1998, depois da morte do líder, com músicas novas e versões ao vivo remixadas por DJs. A família de Chico Science recebeu indenização de cerca de 10 milhões de reais da montadora Fiat, responsabilizada pela morte do cantor e compositor no acidente que lhe tirou a vida, devido a falhas no cinto de segurança do carro que dirigia e que poderia ter lhe poupado a vida.[4]

[editar] Influências

Podem ser citadas como bandas relacionadas a Chico Science, as conterrâneas Mundo Livre S/A, Bonsucesso Samba Clube, as mais recentes Cordel do Fogo Encantado, Mombojó e Otto. Outras bandas influenciadas por Chico: Sepultura (mais especificamente o álbum Roots), Cássia Eller (intérprete de músicas como Corpo de Lama e Quando a Maré Encher), Fernanda Abreu (álbum Raio X) e Arnaldo Antunes (álbum O Silêncio), além da antiga parceira e ainda em atividade: Nação Zumbi.
Em 2007, recebeu homenagem do Prêmio Multishow de Música Brasileira, do canal da Globosat de mesmo nome.[5]

[editar] Discografia



[editar] Ver também



Referências



[editar] Ligações externas


Wikiquote
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Josué de Castro


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Josué de Castro
Nascimento 5 de setembro de 1908
Recife, Brasil
Morte 24 de setembro de 1973 (65 anos)
Paris, França
Nacionalidade brasileira
Ocupação escritor, médico, geógrafo, administrador público, diplomata, ativista
Josué Apolônio de Castro (Recife, 5 de setembro de 1908 - Paris, 24 de setembro de 1973), foi um influente médico, nutrólogo, professor, geógrafo, cientista social, político, escritor, ativista brasileiro que dedicou sua vida ao combate à fome. Destacou-se no cenário brasileiro e internacional, não só pelos seus trabalhos ecológicos sobre o problema da fome no mundo, mas também no plano político em vários organismos internacionais.
Partindo de sua experiência pessoal no Nordeste brasileiro, publicou uma extensa obra que inclui: Geografia da fome, Geopolítica da fome, Sete palmos de terra e um caixão, Homens e caranguejos. Exerceu a Presidência do Conselho Executivo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), e foi também Embaixador brasileiro junto à ONU.
Recebeu da Academia de Ciências Políticas dos Estados Unidos o Prêmio Franklin D. Roosevelt, o Conselho Mundial da Paz lhe ofereceu o Prêmio Internacional da Paz e o governo francês o condecorou como Oficial da Legião de Honra.
Logo após o Golpe de Estado de 1964, teve seus direitos políticos suspensos pela ditadura militar.[1]

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[editar] Biografia

[editar] 1908-1929

Josué nasceu no dia 5 de setembro de 1908, em Recife, capital do estado de Pernambuco. Seu pai veio de Cabaceiras durante a grande seca de 1877. Sua mãe, da região da zona da mata. Josué cresceu bem próximo aos mangues da cidade, região de mocambos, habitada por retirantes e caranguejos.[2]
Aos 20 anos formou-se Medicina.[3]

[editar] 1930-1945

Apesar do interesse inicial pela psiquiatria, resolveu fazer nutrição e abriu sua clínica em Recife. Na mesma época, contratado por uma fábrica para examinar trabalhadores com problemas de saúde indefinidos e acusados de indolência, diagnosticou: “sei o que meus clientes têm. Mas não posso curá-los porque sou médico e não diretor daqui. A doença desta gente é fome”.[4] Logo foi demitido da fábrica. Vislumbrou então a dimensão social da doença, ocultada por preconceitos raciais e climáticos.
Efetuou um inquérito[5] pioneiro no Brasil, relacionando a produtividade com a alimentação do trabalhador, uma das bases para a posterior formulação do salário mínimo, e passou a chefiar uma comissão de estudos das condições de vida dos operários brasileiros. Como professor, ensinava Fisiologia e Geografia Humana.[6]
Casado com sua ex-aluna Glauce, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1935. Após um período de dificuldades, passou a ensinar Antropologia[7]. Recorreu ao método geográfico para apresentar o mapa das regiões alimentares em A alimentação brasileira à luz da Geografia Humana.[8]. Entre outros contos, crônicas, ensaios, estudos sociais e biológicos, publicou O ciclo do caranguejo, conto sobre os mangues de sua cidade natal.[9]
A partir de 1940, participou de todos os projetos governamentais ligados à alimentação, coordenando a implantação dos primeiros restaurantes populares[10], dirigindo as pesquisas do Instituto de Tecnologia Alimentar[11] e colaborando para a execução de várias políticas públicas, como a educação alimentar. Sob sua direção foi lançado o periódico Arquivos Brasileiros de Nutrologia.[12].

[editar] 1946-1963

O ano de 1946 foi marcado pela publicação de Geografia da fome.[13] Obra clássica da ciência brasileira, o livro buscou tirar da obscuridade o quadro trágico da fome no país. Enfatizou as origens sócio-econômicas da tragédia e denunciou as explicações deterministas que naturalizavam este quadro.[14]
No mesmo ano, fundou e tornou-se o primeiro diretor do Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil.[15] Efetivou-se como professor de Geografia Humana em 1947, na Universidade do Brasil (atual UFRJ).[16][17] A Conferência da FAO de 1948 registrou o início de sua participação neste órgão internacional.[18]
Geopolítica da fome, livro publicado em 1951, concebido como uma extensão da Geografia da fome, tornou-se um marco histórico e político nas questões de alimentação e população. Os princípios ecológicos e geográficos foram desta vez utilizados na escala da fome mundial. Posicionou-se em oposição às interpretações demográficas que entendiam a fome como consequência de excesso populacional e prescreviam um massivo controle de natalidade. Cuidou de “desnaturalizar” a fome mais uma vez e demonstrou os vários fatores biológicos, geográficos, culturais e políticos pelos quais a fome gera a superpopulação.[19]
Respeitado internacionalmente, foi eleito, por representantes de setenta países, Presidente do Conselho Executivo da FAO, cargo que exerceu entre 1952 e 1956. Enfrentou forte oposição dos países desenvolvidos à execução de projetos voltados ao desenvolvimento do terceiro mundo e não deixou de expressar sua frustração com a “ação tímida e vacilante” da agência das Nações Unidas, apesar da alta qualificação de seus experts e técnicos.[20]
Exerceu dois mandatos como Deputado Federal eleito pelo Estado de Pernambuco. Entre diversos projetos ligados a questões agrárias, educacionais, culturais e econômicas, apresentou o de regulamentação da profissão de nutricionista, que dispõe sobre o ensino superior de Nutrição[21] e o projeto para a reforma agrária, entendida como “um processo de revisão das relações jurídicas e econômicas entre os que detêm a propriedade rural e os que nela trabalham”.[22]. Com seus pronunciamentos, deixou registrados relevantes acontecimentos históricos, assim como a defesa contra abusos da imprensa quando, em várias ocasiões, dá vazão a interesses subservientes.[23]
Em 1963, tornou-se Embaixador brasileiro junto à sede européia da Organização das Nações Unidas, em Genebra. Era então uma personalidade de projeção internacional, convidado por reis e chefes de Estado, capaz de atrair uma plateia de 3.500 pessoas na cidade de Rouen, interior da França.[2]

[editar] 1964-1973

Em abril de 1964 teve seus direitos políticos suspensos pelo Regime Militar, em seu primeiro Ato Institucional. Faleceu no exílio em Paris.

[editar] Obras

Principais Obras:
  • O Problema Fisiológico da Alimentação no Brasil. Recife: Ed. Imprensa Industrial, 1932.
  • O Problema da Alimentação no Brasil. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1933.
  • Condições de Vida das Classes Operárias do Recife. Recife: Departamento de Saúde Pública, 1935.
  • Alimentação e Raça. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1935.
  • Therapeutica Dietética do Diabete. In: Diabete. Livraria do Globo, Porto Alegre, 1936. p. 271-294.
  • Documentário do Nordeste. Rio de Janeiro: José Olympio, 1937.
  • A Alimentação Brasileira à Luz da Geografia Humana. Rio de Janeiro: Livraria do Globo, 1937.
  • Fisiologia dos Tabus. Rio de Janeiro: Ed. Nestlé, 1939.
  • Geografia Humana. Rio de Janeiro: Livraria do Globo, 1939.
  • Alimentazione e Acclimatazione Umana nel Tropici. Milão, 1939.
  • Geografia da Fome: A Fome no Brasil. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1946.
  • La Alimentación en los Tropicos. México: Fondo de Cultura, 1946.
  • Fatores de Localização da Cidade do Recife. Rio de Janeiro: Ed. Imprensa Nacional, 1947.
  • Geopolítica da Fome. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1951.
  • A Cidade do Recife: Ensaio de Geografia Humana. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1956. Reedição de Fatores de Localização da Cidade do Recife.
  • Três Personagens. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1955.
  • O Livro Negro da Fome. São Paulo: Brasiliense, 1957.
  • Ensaios de Geografia Humana. São Paulo: Brasiliense, 1957.
  • Ensaios de Biologia Social. São Paulo: Brasiliense, 1957.
  • Sete Palmos de Terra e um Caixão. São Paulo: Brasiliense, 1965.
  • Ensayos sobre el Sub-Desarrollo. Buenos Aires: Siglo Veinte, 1965.
  • ¿Adonde va la América Latina?. Lima: Latino Americana, 1966.
  • Homens e Caranguejos. Porto: Ed. Brasília, 1967.
  • A Explosão Demográfica e a Fome no Mundo. Lisboa: ltaú, 1968.
  • El Hambre - Problema Universal. Buenos Aires: La Pléyade, 1969.
  • Latin American Radicalism. Edited by Irving Horowitz, Josué de Castro and John Gerassi. New York: Vintage Books, 1969. Coletânea organizada por Irving Horowitz, Josué de Castro e John Gerassi.
  • A Estratégia do Desenvolvimento. Lisboa: Cadernos Seara Nova, 1971.
  • Mensajes. Bogotá: Colibri, 1980.
  • Fome: um Tema Proibido - últimos escritos de Josué de Castro. Anna Maria de Castro (org.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
  • Festa das Letras. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.

[editar] Referências

  1. CASTRO, Josué de. Fome: um tema proibido - últimos escritos de Josué de Castro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
  2. a b MENEZES, Francisco R. de Sá. Josué de Castro: Por um mundo sem fome. São Paulo: Mercado Cultural, 2004. 120p. il. (Projeto Memória, 8).
  3. Pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
  4. PROJETO MEMÓRIA. Josué de Castro: Por um mundo sem fome.
  5. CASTRO, Josué de. Condições de vida das classes operárias do Recife. Departamento de Saúde Pública, Recife, 1935.
  6. Respectivamente, na Faculdade de Medicina do Recife e na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais do Recife, de cuja fundação participou.
  7. Na Universidade do Distrito Federal (atual UERJ).
  8. CASTRO, Josué de. A Alimentação Brasileira à Luz da Geografia Humana. Livraria do Globo, Rio de Janeiro, 1937.
  9. CASTRO, Josué de. Documentário do Nordeste. Livraria José Olympio, Rio de Janeiro, 1937. Conto originalmente publicado no periódico A plateia.
  10. Do Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS).
  11. ITA, do Serviço Técnico de Alimentação Nacional.
  12. A partir de 1944.
  13. CASTRO, Josué de. Geografia da fome: a fome no Brasil. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1946.
  14. CASTRO, Josué de. Geografia da fome. Apresentação de Milton Santos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
  15. A partir da incorporação do ITA à Universidade. Atual Instituto de Nutrição Josué de Castro da UFRJ.
  16. Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.
  17. CASTRO, Josué de. Fatores de Localização da Cidade do Recife. Rio de Janeiro: Ed. Imprensa Nacional, 1947.
  18. Report of the Conference of FAO. 4th Session. Washington, D.C., November 1948.
  19. Geopolítica da Fome. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1951.
  20. CASTRO, Josué de. O livro negro da fome. S. Paulo: Brasiliense, 1966. p. 54-55.
  21. Projeto nº 904. Diário do Congresso Nacional, Seção I, de 14/4/1957, p.616.
  22. Projeto nº 11, de 1959. Diário do Congresso Nacional, Seção I, de 20/3/1959, p.1137-1138.
  23. Diário do Congresso Nacional, Seção I, de 3/7/1959, p.3816.

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